AUTORIDADES REALIZAM UMA SOLENIDADE DE REINAUGURAÇÃO NA SEXTA-FEIRA PASSADA
EVANDRO KONDACH/DIVULGAÇÃO/JCJefferson Klein
Primeira usina a funcionar com gás natural no Brasil, com a operação iniciada em 2000, a termelétrica de Uruguaiana teve na sexta-feira uma solenidade de “reinauguração”. O empreendimento, anteriormente pertencente ao Grupo AES, foi comprado em setembro pela argentina Saesa e deve ser ativado para operar na primeira quinzena de dezembro.A unidade interrompeu sua geração de energia em 2009, devido ao corte do fornecimento de gás natural proveniente da Argentina, que enfrentava na ocasião problemas quanto à oferta desse combustível. A planta chegou a retomar a produção, por momento intercalados, entre 2013 e 2015, em caráter emergencial. Entre os participantes da cerimônia dessa sexta-feira, estavam o secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, e o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Retomada da Produção de Gás pela Termo Uruguaiana, deputado estadual Frederico Antunes (PP).
Lemos detalha que a térmica está no momento passando por testes para garantir que a estrutura esteja adequada para a operação. O dirigente ressalta que a Saesa, por ser uma empresa argentina, tem melhores condições de negociar o abastecimento de gás oriundo do país vizinho. Conforme o secretário, recentemente o governo da Argentina divulgou seu planejamento para a área de gás e destacou que estava na pauta a exportação do insumo, ou seja, a escassez do combustível não aparenta ser mais uma dificuldade.Apesar de ter condições técnicas para enviar energia tanto para o Brasil como para a Argentina, a perspectiva é que o mercado brasileiro seja a prioridade da usina. Lemos reforça que a termelétrica concede uma maior segurança para o sistema elétrico nacional, em particular para o Estado, por ser uma geração que não oscila com as condições climáticas (como é o caso da solar, eólica e hídrica). “O Rio Grande do Sul tem 80% da sua energia como renovável, mas a gente tem que saber que a térmica é necessária porque, quando a renovável não der o suporte, é preciso ter eletricidade para evitar um colapso”, argumenta.
Já o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Retomada da Produção de Gás pela Termo Uruguaiana informa que a usina voltará a operar com uma capacidade de 250 MW (o que corresponde a cerca de 7% da demanda média de eletricidade do Rio Grande do Sul). Quando começou suas atividades, há duas décadas, o complexo tinha potência instalada de 639,9 MW.Antunes frisa que a retomada da termelétrica marca uma vitória para o Estado que chegou a correr o risco de perder o empreendimento. “A ideia era desmontar a usina (quando estava sob o controle do grupo AES) e mandar os equipamentos para outro local”, recorda. O deputado acrescenta que o contrato inicial de gás para alimentar a planta tem duração até maio, entretanto já está sendo analisada uma sequência de novos acertos de fornecimento do combustível.