São Leopoldo, 20 de junho de 2025 – A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou, nesta semana, o reajuste tarifário anual da RGE, distribuidora do Grupo CPFL Energia que atende 381 municípios no Rio Grande do Sul. O novo valor entra em vigor a partir de 19 de junho e representa um efeito médio de aumento de 12,39% nas contas de energia.
Os consumidores residenciais terão um reajuste médio de 14,11%. Já para os clientes atendidos em baixa tensão, o aumento médio será de 14,14%, enquanto os consumidores em alta tensão terão reajuste de 8,06%.
De acordo com a ANEEL, o cálculo leva em consideração diversos componentes, como os custos de compra de energia, transmissão, encargos setoriais e a distribuição – esta última, a única parcela sob gestão direta da RGE.
Entre os principais fatores que pressionaram o reajuste deste ano estão:
- Aumento dos encargos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE);
- Alta nos custos da energia proveniente de Itaipu;
- Variação acumulada do IGP-M em 7%;
- Recomposição de 30% do diferimento tarifário realizado em 2024, quando a Aneel autorizou postergar parte do reajuste devido ao impacto das enchentes que atingiram o estado.
No ano passado (2024), excepcionalmente, os consumidores da RGE não tiveram nenhum aumento na tarifa de energia. O reajuste anual de 2024 foi diferido — ou seja, adiado para os anos seguintes, justamente para não penalizar a população em meio aos impactos das enchentes. Esse valor postergado é chamado de “valor diferido”, e parte dele está sendo incorporada agora, em 2025.
A proposta de recompor parcialmente esse valor neste ciclo tarifário foi feita pela própria RGE à ANEEL, com o objetivo de evitar um aumento tarifário excessivo no próximo ano. A distribuidora também solicitou a manifestação do Conselho de Consumidores da RGE, que analisou a proposta e emitiu parecer favorável.
No ofício enviado à empresa, o Conselho destacou que, se o valor total adiado fosse cobrado apenas em 2026, o reajuste no ano que vem poderia chegar a cerca de 22%. Com a antecipação parcial neste ano, essa projeção foi reduzida para menos de 15%. Para o colegiado, a medida contribui para um maior equilíbrio na trajetória tarifária e ajuda a mitigar os impactos financeiros aos consumidores em um cenário de juros elevados.
O Conselho também reforçou a importância de que a distribuidora comunique com clareza que o reajuste de 2025 não representa um acréscimo inesperado, mas sim a incorporação gradual de um valor que já estava previsto e que havia sido temporariamente suspenso em razão da crise enfrentada no estado.